quinta-feira, 24 de junho de 2010

às vezes parece que o tempo não passou...


Depois de todos estes anos, reencontrei-te...

Coisas de tempos modernos, dizem algumas pessoas...

Conversamos do como e do porquê de nos termos afastado...

Disse-te algumas coisas de que me recordava...

Relembraste-me outras...

À minha memória regessaram dias de um passado, já distante, que estava arrumado em caixas esquecidas num canto do meu coração...

Recordei o dia em que te conheci...

O que te disse... O que isso implicou...

Recordei esses tempos em que era ainda uma miúda que queria crescer depressa demais...

Recordei a tua cama pequena, e o teu abraço apertado...

As músicas que ouviamos, e as manhãs que ficavamos a dormir ou não...

Os almoços tardios e com sabor a cerelac, algumas vezes...

Perguntaste-me sobre a minha vida, falei-te de algumas coisas...

Não era fácil dizer numa conversa tudo o que se passou em tantos anos!

Perguntei-te o mesmo...

E se o sonho que tinha tido, um destes dias era verdade...

Disseste que não... Ainda não!

Recordei como me senti pequena sem o teu amor, sem a tua presença...

Senti as lágrimas que me cairam na face outrora e percebi que acabaram por cessar...

Percebi que acabam sempre por deixar de cair...

Que apesar de tudo vou ficar bem...

E que estes dias vão dar lugar a outros melhores...

Disseste-me que gostaste muito de mim e que o que me haviam dito não era de todo verdade...

Mostraste-me que nos afastamos porque para mim estava sempre tudo bem... Bem de mais... Que te afastei por essa minha falta de querer, essa inércia que me congelava a vontade...

Por essa minha submissão assumida e que não querias para nós!

Percebi que no fundo ainda sou essa miuda...

Cheia de medos...

Que ainda preciso de crescer...

Que a submissão não faz de mim uma pessoa melhor...

Mostraste-me que preciso de reforçar a minha autoestima...

Afinal, depois de todos estes anos, em que estivemos afastados e em que não trocamos mais que duas ou três palavras, ainda me conheces...

Ainda te lembras de mim... Como alguém especial...

Disseste-me que no fim de contas, são as melhores coisas que se recordam, e eu concordei...

Como se percebesse muito do assunto...

Disseste-me que mereço ser feliz!!!

E eu acredito em ti... :)

Ensinaste-me muitas coisas, e voltaste para me ensinar/recordar outras tantas...

Por tudo isso recordo-te nas melhores coisas...

Nas menos boas que me deixaste, encontro alguma lição de vida...

Obrigada...

A ti, que não sabes que te escrevo, mas que ainda me conheces!

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